Estamos sepultados vivos
Coloquem flores de plástico em nossos jazigos
Saciado seu dever cumprido
Falsas lágrimas
Sarcasticos sorrisos
Enquanto parecemos aqui esquecidos
Vamos de fato quem são os mortos vivos
A massa de ciclo de comodismos
Que serão dizimados
Pois já estão enterrados
Dentro dos seus próprios lixos

E quando acham que estamos sozinhos
A sete palmos sonhos e destinos
Bem acompanhados nós estamos vivos
Entre pilhas de ossos e escritos póstumos
Na sociedade dos poetas mortos

Edificamos mais que edifícios
Somos a cultura de todos sentidos
Enquanto ecoam os fogos de artifício
Exaltam os virtudes, estagnamos os vícios
Superfícies não conhecem os abismos
E nós somos muito mais que isso
Somos etéreos, eternos
Muitos mais do que vemos
E vocês escaupelados são os mesmos
E então desencarnados
Almas jogadas ao esmo

E quando acham que estamos sozinhos
A sete palmos sonhos e destinos
Bem acompanhados nós estamos vivos
Entre pilhas de ossos e escritos póstumos
Na sociedade dos poetas mortos

Composição: