Você Não Entende Nada / Cotidiano (part. Caetano Veloso)

Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Lágrimas nos olhos, de cortar cebola
Você é tão bonita
Você traz a coca-cola eu tomo
Você bota a mesa, eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
Eu quero que você venha comigo
Eu quero que você venha comigo
Eu quero que você

Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suita eu tomo
Bota a sobremesa eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
Eu quero que você venha comigo
Eu quero que você venha comigo
Todo dia, todo dia
Eu quero que você venha comigo
Todo dia, todo dia

Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar
Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão

Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão

Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor

Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã

Todo dia, todo dia
Eu quero que você venha comigo
Todo dia, todo dia
Eu quero que você venha comigo
Todo dia, todo dia
Eu quero que você venha comigo

No Entiendes Nada / La Vida Cotidiana (feat. Caetano Veloso)

Cuando llegue a casa nada me consuela
Siempre estás afligido
Lágrimas en los ojos, de cortar cebollas
Eres tan hermosa
Tú trae la coca, yo la llevo
Puso la mesa, yo como, yo como
Como, como, como como, como
No lo estás entendiendo
Casi nada de lo que digo
Quiero irme
Quiero largarme de aquí
Y quiero que vengas conmigo
Quiero que vengas conmigo
Quiero que vengas conmigo
Quiero que lo hagas

Me siento, fumo, como, no soporto
Estás tan metido en ello
Quiero prender fuego a este apartamento
Tú no lo crees
Tráeme mi café con suita. Yo me encargo
Ponme el postre, como, como
Como, como, como como, como
Tienes que saber que quiero dirigir el mundo
Estar en peligro
Quiero irme
Quiero salir de aquí
Y quiero que vengas conmigo
Y quiero que vengas conmigo
Quiero que vengas conmigo
Quiero que vengas conmigo
Todos los días, todos los días
Quiero que vengas conmigo
Todos los días, todos los días

Todos los días ella siempre hace todo lo mismo
Sacúdeme a las seis de la mañana
Sonríe una sonrisa puntual
Y bésame con la boca de menta

Todos los días dice que se supone que debo cuidar de mí misma
Y esas cosas que cada mujer dice
Dice que me está esperando para cenar
Y bésame con la boca de café

Todos los días sólo pienso en poder parar
Medio día pienso en decir que no
Entonces pienso en la vida para tomar
Y me callo con mi boca de frijol

Seis de la tarde como se esperaba
Ella recoge y me espera en la puerta
Dice que está demasiado loca para besarla
Y bésame con la boca de la pasión

Cada noche me dice que no me vaya
Medianoche jura amor eterno
Y me aprieta así que casi puedo ahogarme
Y me muerde con la boca de terror

Todos los días ella siempre hace todo lo mismo
Sacúdeme a las seis de la mañana
Sonríe una sonrisa puntual
Y bésame con la boca de menta

Todos los días, todos los días
Quiero que vengas conmigo
Todos los días, todos los días
Quiero que vengas conmigo
Todos los días, todos los días
Quiero que vengas conmigo

Composição: Caetano Veloso / Chico Buarque