Uma Pequena Definida
Eudim de Amâncio
Uma menina de laço de fita
Do tempo da cartilha de sarepta
Esse teu cheiro até me dá gastura
Arrepiado enquanto você jura
E essa fogueira vai queimar eternamente
Aperreado sem poder me controlar
Desencabulo, predomínio, intimidade
Esqueço tudo com vontade de pecar
Um boiadeiro de olhar perdido
E uma menina de olhar profundo
Se aventuraram no desconhecido
E adormeceram em busca de outro mundo
A pureza que me prende o peito se define
Antes mesmo que o fim da noite determine
A ganhar meu distinto sem esforço
No aconchego morno dos teus braços
Da nação abençoada prece mais ardente
Meu poema secular e diferente faço
Minha devoção santifico o teu nome
Nem a fome nem a sede, nem a vida inteira
Vai apagar a chama da fogueira
Um juramento que não é pecado
Liberta esse amor predestinado
A pureza que me prende o peito se define
Antes mesmo que o fim da noite determine
A ganhar meu distinto sem esforço
No aconchego morno dos teus braços
Da nação abençoada prece mais ardente
Meu poema secular e diferente faço
Minha devoção santifico o teu nome
(Santifico, santifico, santifico não)
O açude quando seca deixa lama no porão
O amor quando se acaba deixa dor no coração
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