Sertão Danado
João Bosco do Nordeste
Terra seca e o chão quente pisando, e a cana não brotou
A tristeza viu a gente chorando, e da terra expulsou
A lavoura plantada morrendo, e a chuva não caiu
É o fim da esperança chegando, de quem ainda não partiu
Eita sertão danado que queima a gente
Entra lá na baia, assim tão de repente
Dentro da fogueira todo ferro é quente
Sou eu, você e você
O Sol viu nosso desespero, e o tempo fechou
Veio uma grande tromba d’água, levando o que sobrou
No sertão se a chuva é forte, a gente não sossega
Quando o Sol não nos expulsa, as chuvas nos carrega
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