Viradouro 2020 - Evaldo e Cia
Noemia Duque
Oh mãe!
Se achegue para ver o ayo
Das suas negras, cafuzas, Marias… Em labor
Nas caminhadas de aurora dourada
Não esmorecer, ensinamento que nos faz vencer
Lavadeira do Abaeté não se entrega
A esperança em jangadas navega
Há marcas que o tempo não vai apagar
São pegadas das nossas puxadas
No balé das redes, nas ondas do mar
Na secura da pescaria, a arte das mãos
Esteio pra família
Meu preparo têm dendê, sai na hora pra quem quer
Vem sinhá, vem sinhô, balangandãs, pregoando sabor
Vem sinhá, vem sinhô, balangandãs, pregoando sabor
Da irmandade que trago no peito
Brotou alforria em comunhão
A bênção! Imaculada conceição
Tem água de cheiro perfumando o ar
Oferendas pra yemanjá
Na energia que vem das bahias
Ecoa o som da sabedoria
Descortinando o véu da igualdade
De alma lavada, comunidade
No altar do samba
Canta o povo em liberdade
Ora yê yê ô! Mamãe oxum do amor
Felicidade! Nos braços da Viradouro
Purificação! Kaô, divina proteção
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