Hipérbole
Bravo e Meio
Como fui cego, eu caí como ninguém
No pesadelo hiperbólico de quem
Transpira engano e precisa convencer a si mesmo
O silêncio em seus ouvidos arde como ferro em brasa
Que sempre extingue com o som da sua própria voz
Até que um dia o sincericídio aconteceu
Você é realmente pequeno
Já era na festa em que
Me disse, em prantos
E eu só não sabia o por que
Eu acho que faltou coragem
Você é realmente pequeno
Na primeira pessoa do plural
Me disse, em prantos
Mas não me mostrou o punhal
Eu já sangrava e não via
Como fui cego, eu acreditei em quem
Abafa insegurança com hipérbole
E eu introverso deixei baixa a guarda
Em retrospecto eu tinha todos os sinais
Pra matar a charada antes de me deixar
Levar por um carisma feito de plástico
Você é realmente pequeno
Mentindo na acareação
Eu já não tenho tempo ou ânimo pra te dar sermão
Caronte ganha duas moedas
Eu conheço hoje seu discurso
De cor e até de salteado
O portão pode ser de ferro mas
É de madeira o cadeado
Que a terra lhe seja pesada
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