Bugio Velho
Júlio Cézar Leonardi
Bugio velho bandeou-se da serra
Campeando outras terras meio abichornado
Queixo-duro que ninguém amarra
Ensacou a guitarra e partiu bem largado
Na campanha o bugio é famoso
Por ser preguiçoso, lambão e gaudério
Mas cantando cravou sua estampa
Recortando a pampa foi levado a sério
Bugio velho é um índio bem grosso
Com cara de moço e carcaça sovada
Ajoujado no braço do pinho
Ele ronca baixinho e vibra a macacada
Ajoujado no braço do pinho
Ele ronca baixinho e vibra a macacada
Bugio velho se apega em cambicho
Parece até bicho campeando retoço
Não se importa se a china é casada
Solteira ou largada, não solta do osso
Atrevido bombeia o chinedo
Chuleando sem medo e tirando o sossego
Já varou alguma sanga funda
Evitando uma tunda de esfolar pelego
Bugio velho é um índio bem grosso
Com cara de moço e carcaça sovada
Ajoujado no braço do pinho
Ele ronca baixinho e vibra a macacada
Ajoujado no braço do pinho
Ele ronca baixinho e vibra a macacada
Bugio velho é matreiro e medonho
Roliço e risonho e não liga pra luxo
Meio louco, briguento e tinhoso
É cuera teimoso e aguenta o repuxo
Numa boia o bugio não se acanha
E num trago de canha o bugio se destampa
Onde chega se adona do rancho
Lambaio e carancho se gruda e se acampa
Bugio velho é um índio bem grosso
Com cara de moço e carcaça sovada
Ajoujado no braço do pinho
Ele ronca baixinho e vibra a macacada
Ajoujado no braço do pinho
Ele ronca baixinho e vibra a macacada
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