Pachamama
Manu Saggioro
Pachamama, que beleza
Tellus, Gaia, realeza
Terra
Terra, quem me dera contê-la, guardá-la
No vaso de minhas mãos
Pudera, cuidava, zelava
Num bonsai, mas cabe não
Escorre entre os dedos como água
Destrói os desejos como lava, pedra sabão
Enterra meus medos, arrasta as mágoas
Encerra segredos, revela as farsas e toda ilusão
Torres vêm ao chão, reinos
E cada civilização perde a casa
Todos tornarão ao pó e a vasa
Nossa condição: O ser e o nada
Me torna semente, terra magma
E os meus descendentes, mãe das águas, flor em botão
Me toma em seu ventre, sal de lágrima
Por todos seus entes e toda mácula, peço perdão
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