O Canto da Cobra
Ninguém Zueira
Todos os animais sabem conversar
Cada um tem sua linguagem própria
O cachorro late, o gato mia, a abelha zumbe e águia grita
O bezerro berra
O boi muge
A baleia bufa, o pinto pia
A cobra é a única que tem o seu próprio estilo
Antes de falar
Arrasta pelo chão, te pica no calcanhar
Assobia e te chama de amiga
Amigaga, vou te picar
Amigaga não adianta correr
Amigaga eu gosto de você, amigaga
O galo canta cocoricando
A girafa canta chorando
O grilo canta buzinando
E o leão canta rugindo
Quando é a vez da cobra ela quer se aparecer!
Coloca a língua para fora e canta dizendo
Amigaga, vou te picar
Amigaga não adianta correr
Amigaga eu gosto de você, amigaga
No acidente genético
Todos levam a pior
Uns nasce sem asas
Outros sem pata
Pode faltar uma mão ou um pé
Mas quando é a vez da cobra
Ela sempre leva a melhor
Quando ela nasce sem o rabo
Ela vem com duas cabeças
Amigaga, vou te picar
Amigaga não adianta correr
Amigaga eu gosto de você, amigaga
Quando a cobra quer te dar uma picada
Não adianta se esconder
Você pode até entrar em um buraco
Ela vai encontrar você
Ela te fere com estilo
Ao seu encontro vai rastejando
Ao aproximar
Ela levanta a cabeça, chocalha o rabo
Dar uma piscadinha
Destila seu veneno, e te chama de amiga
E ai o estrago está feito
Amigaga, vou te picar
Amigaga não adianta correr
Amigaga eu gosto de você, amigaga
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