Sonetos a Dona Ângela de Souza Paredes
Nuno Menezes
Não vira em minha vida a formosura
Ouvia falar nela o cada dia
E ouvida me incitava e me movia
A querer ver tão bela arquitetura
Ontem a vi por minha desventura
Na cara no bom ar na galhardia
De uma mulher
Em que anjo se mentia
De um sol que se trajava em criatura
Mate-me disse eu
Vendo abrazar-me
Se esta cousa não é que encarecer-me
Sabia o mundo entanto exagerar-me
Olhos meus disse então por defender-me
Se a beleza
Eis de ver para matar
Antes olhos segueis
Do que eu perder-me
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