Colombinas de Vila Mimosa
Paulo César Feital
As colombinas
São meninas de vulvas traquinas de Vila Mimosa
São sensitivas
São médiuns lascivas, padilhas, mulambos que descem formosas
Pros Severinos, Josés, Agripinos que gozam a quinzena que ganham na obra
Beijam o Nordeste na boca
Dos homens que descem as veredas
De Guimarães Rosa
As dançarinas
Celinas, Carinas, Dadás, Virgulinas se fingem fogosas
Vesgas e albinas
Anãs, cafetinas que banham o sexo com leite de rosas
Nascem sem nada
Vendidas na estrada, nos guetos, vielas, favelas e dunas
Vertem lágrimas caboclas
Do alto da compadecida
De Ariano Suassuna
Muitas encontram alegria quando viram putas nas Vilas Mimosas
Tal é a carga de dor e de melancolia
Outras, sem seios, sem pêlos, são mercadorias que alugam na roça
São as meninas escravas das carvoarias
Guardam o segredo dos homens e o choro das feras da periferia
Velhos e jovens soldados da infantaria
E escondem dentro do ventre qualquer dinastia de Deus e o diabo
E os capitães de areia
De Seu Jorge Amado
Beijam o Nordeste na boca
Dos homens que descem as veredas
De Guimarães Rosa
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