No Pé do Eito
Peão Brasil e Parentinho
Seu moço esse rosto cansado
Retrata o passado da ingratidão
São marcas dos velhos janeiros
De um grande guerreiro com a enxada nas mãos
No Sol quente queimando as costas
Mas tinha resposta do solo do chão
No plantio trabalhava pesado
E o grande ordenado era a produção
Com papai, mamãe e os irmãos
Lavrava o chão do imenso sertão
Papai sempre no pé do eito
Gigante perfeito na direção
A tulha sempre lotada
E na invernada gado de montão
No terreiro os bandos de galinha
E as porcas de cria enchia o mangueirão
Mamãe logo cedo de pé
Socava café no velho pilão
E o mano descia a estradinha
Com a lenha sequinha pra assar o pão
Papai pitando cigarro
Sentado na porta do terreirão
Quando a tardinha caía
Tinha pescaria lá no ribeirão
Assim nós vivia feliz
A sina assim quis pai adoeceu
Chegou a sua hora
O velho foi embora, foi morar com Deus
Mamãe ficou aborrecida
Muito entristecida também faleceu
Do mundo de realidade
Só ficou saudade neste peito meu
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