Ciranda
Pedro Vulpe
Vai, não demore a voltar
Eu tenho tanta coisa aqui guardada
Eu já não sei se posso mais pensar
Em deixar isso de lado
Pesando a cada passo que se dá
Deixa estar, confesso que até duvido
Do dia em que a dor há de cessar
Em paz: Poder sorrir de olhos fechados
E escolher a hora de acordar
Sei que essa vida, assim, distante
Faz ciranda, mas de que adianta
Se eu não souber dançar?
Murmurando o dia inteiro, feito uma promessa
Que se faz em desespero
Uma mentira, um devaneio
Um caminho que se faz ao caminhar
Um relógio sem ponteiro
Marca as horas tão inúteis ao sonhar
Eu me estranho no espelho
Já perdi um ano inteiro
Achando alguma coisa
Que dê conta desse anseio
Não me escondo na tormenta
Espero que você entenda
Um pássaro engaiolado
Não resiste ao vento
Uma verdade sem receio
Um caminho que se faz ao caminhar
Um relógio sem ponteiro
Marca as horas tão inúteis ao sonhar
Uma verdade sem receio
Um caminho que se faz ao caminhar
Um relógio sem ponteiro
Marca as horas tão inúteis ao amar
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