Abelha No Fandango
Portãozinho e Porteirinha
Preste atenção minha gente
Nos versos que eu vou contar
Realmente aconteceu
Numa tarde de Natal
Foi num grande suarê
Que nós fomos abrilhantar
Ribeirão de Paulo Lopes
É este o dito lugar
Era três horas da tarde
Fandango tava animado
Lá de cima eu notava
Que o salão tava lotado
De repente um reboliço
Abelhas de todo o lado
O povo correu pro mato
Gritando desesperado
O gaiteiro correu tanto
Que a sanfona rasgou
O festeiro apavorado
Dentro de um saco ele entrou
O baterista gritava
Me vale Nosso Senhor
Se existe o fim do mundo
Podes crer que ele chegou
Eu não fiquei por bacana
Porque corri como um louco
Até o meu violão
Ficou enroscado no toco
Abelha que me mordia
Eu matava ela a soco
Corria cabra e galinha
Cavalo, cachorro e porco
Por aqui vou terminando
Ainda me dói a orelha
Tem gente que me avisa
E outros que me aconselha
Quando eu lembro este fandango
Já me treme a sobrancelha
Nunca mais que eu vou cantar
Num lugar que tem abelha
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