A Volta de Madalena
Silveira e Silveirinha
Atravessando o rio com toda a boiada
Enfrentei a morte com quase certeza
Na hora que o rio tava havendo enchente
Me arrastou com o gado para a correnteza
Pulei do cavalo com a força da água
Naquele perigo só via incerteza
Comecei nadar, mas não consegui
Deu câimbra nas pernas perdendo a destreza
Olhei para o céu e gritei aflito
Chamei Madalena grande boiadeira
Ela apareceu na margem do rio
E jogou seu laço na hora certeira
Me puxou pra fora com todo cuidado
Fiquei desmaiado sobre a ribanceira
Acordei chorando vendo seu sorriso
Minha protetora fiel companheira
Ao fitar seus olhos falei assim
És tu Madalena ou eu estou sonhando?
Ela respondeu
Sou eu, meu amado
Estarei a seu lado sempre lhe ajudando
Eu voltei à Terra atender seu pedido
E aqui estou, mas vou me arretirando
Quando for preciso é só me chamar
Que logo em seguida estarei voltando
Assim Madalena partia sorrindo
Igual uma santa de face serena
Havia cumprido a sua missão
Tinha me salvado desta triste cena
Voltou para o céu, seu lugar sagrado
Eu continuei na vida serrana
Reuni o gado do sonho acordando
Na bendita volta de Madalena
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